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Estresse Agudo e Crônico: Qual a Causa da Ansiedade?

Sumário

Estresse Agudo e Crônico: Qual a Causa da Ansiedade?

O estresse é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras. Quando agudo, ele nos ajuda a reagir rapidamente, mas, quando crônico, pode desencadear ansiedade. A ansiedade surge quando o corpo fica em constante estado de alerta, mesmo sem perigo iminente.

Qual a diferença entre estresse agudo e crônico?

O estresse agudo é passageiro, como a tensão antes de uma apresentação. Já o crônico persiste por semanas ou meses, muitas vezes ligado a problemas contínuos, como pressão no trabalho ou conflitos familiares.

Por que o estresse crônico causa ansiedade?

O estresse crônico mantém o corpo em estado de alerta constante, liberando hormônios como cortisol. Com o tempo, isso sobrecarrega o sistema nervoso, levando a sintomas de ansiedade, como preocupação excessiva e irritabilidade.

Quais são os sintomas da ansiedade causada pelo estresse?

Além da preocupação constante, a ansiedade pode causar palpitações, insônia, dificuldade de concentração e até dores físicas, como tensão muscular. Esses sintomas podem prejudicar a qualidade de vida.

Como diferenciar estresse normal de um transtorno de ansiedade?

O estresse normal diminui após a situação estressante. Já o transtorno de ansiedade persiste, mesmo sem motivo aparente, e interfere no dia a dia. Se os sintomas durarem mais de seis meses, é importante buscar ajuda profissional.

A Origem da Ansiedade na Psicanálise

A psicanálise oferece diferentes perspectivas sobre a ansiedade. Sigmund Freud, pai da psicanálise, a descreveu como um sinal de conflitos inconscientes entre desejos reprimidos e as exigências da realidade. Para Freud, a ansiedade era uma manifestação do ego tentando lidar com forças psíquicas conflitantes, como o id e o superego.

Perspectiva Freudiana

Sigmund Freud, pai da psicanálise, descreveu a ansiedade como um sinal de conflitos inconscientes entre desejos reprimidos e as exigências da realidade. Ele diferenciou a ansiedade realística (medo de perigos externos) da ansiedade neurótica (resultante de impulsos internos ameaçadores). Para Freud, a ansiedade era uma manifestação do ego tentando lidar com forças psíquicas conflitantes, como o id e o superego.

Visão de Melanie Klein

Melanie Klein entende a ansiedade como um elemento fundamental do desenvolvimento psíquico, ligada à relação primária com a mãe. Ela descreveu dois tipos principais de ansiedade: Ansiedade persecutória (posição esquizoparanóide) e Ansiedade depressiva (posição depressiva).

Perspectiva de Wilfred Bion

Wilfred Bion, influenciado por Klein, considera a ansiedade como um fator crucial no crescimento mental. A função materna de contenção e a ansiedade catastrófica estão entre os principais aspectos discutidos por ele.

Concepção de Jacques Lacan

Jacques Lacan propõe que a ansiedade está relacionada à falta e ao desejo, com conceitos como “a ansiedade não engana”, “objeto a” e a “angústia da castração”.

Jorge Forbes e a Ansiedade na Sociedade Atual

Jorge Forbes, dentro da psicanálise lacaniana contemporânea, enfatiza a relação entre ansiedade e a sociedade pós-moderna, abordando a “angústia da escolha” e a “lógica do não-todo”.

Contardo Calligaris e a Ansiedade na Cultura

Contardo Calligaris, inspirado em Freud e Lacan, enxerga a ansiedade dentro da cultura e da identidade, destacando a “ansiedade e identidade” e a “angústia da performance”.

Como a Psicanálise e a Psicoterapia de Orientação Analítica Tratam a Ansiedade?

A psicanálise e a psicoterapia de orientação analítica abordam a ansiedade como um sintoma de conflitos inconscientes, buscando explorar as raízes desses conflitos através de técnicas como livre associação, interpretação dos sonhos e transferência.

Entenda de uma vez a ansiedade, seus tipos, os tratamentos e saiba diferenciá-los

A ansiedade pode ter tanto uma valência positiva quanto negativa, dependendo da intensidade e do contexto vivido pelo sujeito.

Valência Positiva da Ansiedade

A ansiedade, quando moderada e funcional, desempenha um papel adaptativo e motivador. Ela pode ajudar a manter o alerta, melhorar o desempenho e impulsionar a ação para alcançar objetivos.

Valência Negativa da Ansiedade

Quando intensa ou prolongada, a ansiedade se torna disfuncional e prejudicial, gerando paralisia, sintomas físicos e impacto na saúde emocional e física.

Transtornos de Ansiedade

Os principais transtornos de ansiedade incluem Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno de Pânico, Fobia Específica, Transtorno de Ansiedade Social, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e Transtorno de Ansiedade de Separação.

Principais Tratamentos Farmacológicos para Ansiedade

Os tratamentos farmacológicos incluem Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS), Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSN), Benzodiazepínicos, Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), Buspirona e Betabloqueadores.

Linhas de Pesquisa Recentes em Psiquiatria

Estudos recentes exploram a ansiedade sob diversas perspectivas, incluindo neurociência, genética, psicologia evolutiva e abordagens psicoterapêuticas.

O que fazer para controlar o estresse e a ansiedade?

Praticar exercícios físicos, técnicas de relaxamento e manter uma rotina equilibrada são essenciais. Terapia e, se necessário, medicamentos prescritos por um Psiquiatra podem ser necessários em casos mais graves.

Quando procurar ajuda?

Se o estresse e a ansiedade estiverem afetando sua saúde, relacionamentos ou trabalho, procure ajuda profissional. O tratamento adequado pode melhorar sua qualidade de vida.

Referências:

Freud, S. (1926). Inibições, Sintomas e Ansiedade.

American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5).

World Health Organization. (2019). International Classification of Diseases (ICD-11).

Craske, M. G., & Stein, M. B. (2016). Anxiety. The Lancet.

Bandelow, B., & Michaelis, S. (2015). Epidemiology of anxiety disorders in the 21st century. Dialogues in Clinical Neuroscience.

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