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Protocolo de Tratamento para Depressão Resistente ao Tratamento (DRT)

Sumário

Protocolo de Tratamento para Depressão Resistente ao Tratamento (DRT)

O tratamento da Depressão Resistente ao Tratamento (DRT) exige um acompanhamento rigoroso e um protocolo clínico bem estruturado para garantir a eficácia do tratamento e a melhor resposta possível do paciente. A utilização de protocolos clínicos no manejo da DRT é crucial para aumentar as chances de recuperação completa ou parcial, considerando todas as opções terapêuticas disponíveis.

Meu Modelo de Atendimento

Em meu atendimento, cada paciente recebe um plano terapêutico detalhado, levando em conta as diferentes fases do tratamento e alinhando expectativas. As principais características do meu modelo de atendimento são:

  • Princípio do “Start slow and go slow” no manejo de psicofármacos, priorizando segurança e minimização de efeitos colaterais.
  • Prescrição de medicamentos de laboratórios de referência para maior confiabilidade nos tratamentos.
  • Ajuste de medicação gradual, pois encontrar a dose e o fármaco ideais pode levar meses.
  • Indicação de teste farmacogenético para a escolha da medicação mais adequada.
  • Recomendação de tratamentos avançados, como a cetamina (esketamina intranasal), para casos mais graves.

Objetivos do Tratamento da DRT

O tratamento visa os seguintes objetivos:

  • Melhora dos sintomas, com redução da intensidade e frequência dos episódios depressivos.
  • Remissão total ou parcial do quadro depressivo.
  • Melhora funcional e qualidade de vida.
  • Evitar recaídas e a cronificação da depressão.

Etapas do Tratamento da DRT

1. Avaliação Inicial e Confirmação do Diagnóstico

Antes de definir um plano de tratamento, uma avaliação detalhada é fundamental para garantir que o quadro seja realmente uma Depressão Resistente ao Tratamento. Alguns diagnósticos diferenciais que devem ser considerados incluem:

  • Transtorno bipolar mascarado como depressão.
  • Comorbidades psiquiátricas (TDAH, transtornos de personalidade, ansiedade severa).
  • Fatores clínicos ou metabólicos interferindo no tratamento (hipotireoidismo, resistência à insulina).
  • Falha de adesão ou dosagem inadequada dos antidepressivos.

2. Primeira Linha de Tratamento

Para pacientes com falha em dois antidepressivos diferentes, o tratamento pode envolver:

  • Troca de Antidepressivo: Mudança para uma classe diferente, como ISRS para IRSN ou IRSN para Tricíclicos.
  • Potencialização do Tratamento: Uso de lítio, antipsicóticos atípicos ou T3 (triiodotironina).
  • Monitoramento: Avaliação regular a cada 4-6 semanas para ajustes e reavaliação da estratégia terapêutica.

3. Segunda Linha de Tratamento

Se os sintomas persistirem, a segunda linha pode incluir:

  • Combinação de Antidepressivos: ISRS + Mirtazapina, IRSN + Bupropiona.
  • Tratamentos Não-Farmacológicos: Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) e uso de Ketamina/Esketamina intranasal.
  • Psicoterapia Intensiva: Terapia Psicodinâmica para compreender as origens emocionais inconscientes.

4. Tratamento Avançado

Nos casos mais graves e refratários, as opções de tratamento podem incluir:

  • Eletroconvulsoterapia (ECT): Para casos com risco de suicídio iminente ou depressão psicótica.
  • Estimulação do Nervo Vago (ENV): Para pacientes que falharam em múltiplos tratamentos.
  • Avaliação para internação psiquiátrica: Se houver risco elevado de autoextermínio.

Planos de Acompanhamento

Após a estabilização do quadro, é fundamental um acompanhamento estruturado para prevenir recaídas e garantir a melhora funcional do paciente. Os planos de acompanhamento podem ser semestrais ou anuais, dependendo da complexidade do caso.

  • Depressão.
  • Burnout.
  • Ansiedade.
  • TDAH.
  • Casos específicos de afastamento laboral e aposentadoria por invalidez.

Conclusão: Acompanhamento e Continuidade do Tratamento

O tratamento da Depressão Resistente ao Tratamento (DRT) exige paciência, comprometimento e planejamento estruturado. Seguir um protocolo clínico aumenta significativamente as chances de resposta e remissão da doença. O acompanhamento contínuo é essencial para manter os resultados e evitar recaídas.

Em meu modelo de atendimento, busco sempre:

  • Explicar cada fase do tratamento ao paciente.
  • Alinhar expectativas realistas sobre a evolução do quadro.
  • Criar um plano de tratamento individualizado e estruturado.

Além disso, estou em processo de adequação às normas para a realização de esketamina intranasal em consultório, uma alternativa promissora para casos graves e resistentes ao tratamento convencional.

Se você está enfrentando um quadro de depressão resistente, saiba que existem opções eficazes de tratamento e que é possível melhorar e até alcançar a remissão completa.

“A capacidade do médico de curar é limitada. Porém, a de cuidar não tem limites.” – Prof. Celso Porto.

Para mais informações sobre os planos de acompanhamento e iniciar seu tratamento, entre em contato.

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